Com o passar dos anos, ocorre uma mudança corporal no corpo humano, observada através da diminuição da massa e função muscular (sarcopenia) e da taxa metabólica, com consequente aumento da massa gorda. Esta mudança pode ser crítica desde que ela predispõe adultos mais velhos a doenças crônicas e comprometimento funcional; em última análise, resultando numa diminuição da qualidade de vida. Estudos vêm sugerindo que o ácido graxo de cadeia longa ômega-3 (contendo DHA e EPA), encontrado predominantemente em peixes gordos e crustáceos, possa ser eficiente para diminuição destas mudança.

 

Existem nichos de conhecimento que ainda precisam ser mais profundamente estudados, mas muito se sabe que o equilíbrio entre o exercício e a ingestão de componentes nutricionais de construção como a proteína é de extrema importância para que o crescimento muscular ocorra. A proteína é uma matéria-prima essencial que abastece o organismo com aminoácidos usados para reparar e construir músculos, e um suplemento popular (whey protein) já reconhecidamente comprovado dentro do meio esportivo. O óleo de peixe, por sua vez, ainda não é tão conhecido como ajudante deste processo, mas pode desempenhar um importante papel para o estímulo anabólico.

 

A musculatura esquelética sofre continuamente a síntese proteica através da junção de aminoácidos (anabolismo), e sua quebra ou processo de degradação de proteínas por enzimas, chamada de proteólise (catabolismo). De uma maneira simplificada, o balanço contínuo entre o anabolismo e o catabolismo é o que define o ganho ou a perda muscular e sua função. Quando o anabolismo predomina sobre o catabolismo, o corpo pode construir tecido muscular, entre outros; quando o catabolismo ocorre com mais frequência, o tecido muscular começa a ser ‘digerido’, degradado, em outras palavras, perde-se músculo e outros tecidos.

 

Estudos anteriores relataram respostas hipertróficas, como a melhoria da taxa de síntese proteica muscular e de sinalização mTOR durante o aumento da disponibilidade de aminoácidos e um aumento no volume do músculo (gerenciamento de proteínas e aminoácidos), em adultos mais velhos após tratamento com suplementação de ômega-3 durante 8 a 24 semanas.  Há também o acúmulo de evidências de que o aumento dos níveis de ômega-3 em células vermelhas do sangue (hemácias ou eritrócitos) é positivamente relacionado com a força e medidas da função física.

 

Um estudo de revisão, recentemente publicado (2016) em Current Nutrition Reports, investigou sobre a influência da suplementação de ômega-3 para populações mais adultas, no contexto da longevidade aliada à qualidade de vida. O autor, Dr. Gordon Smith, da Divisão de Ciência Geriátrica e Nutricional, Washington University School of Medicine, Missouri, EUA, usa métodos de isótopos estáveis para estudar o metabolismo da proteína e da gordura em humanos.

 

Entre algumas limitações e, portanto, ainda havendo a necessidade de mais estudos esclarecedores sobre o assunto, seguem algumas das conclusões de sua revisão:

 

– O ácido graxo ômega-3 pode inibir a quebra da proteína muscular, que quando casada com um aumento da síntese da proteína muscular, deve ocorrer uma melhora do equilíbrio proteico e ganho muscular

– Existe evidência circunstancial que para que uma resposta anabólica seja observada é necessário uma dose mínima (>2g EPA e DHA/dia) de ômega-3

– Dados sugerem que a suplementação de ômega-3 melhora a força e função muscular em adultos mais velhos, mas pode haver um período de latência antes de serem observados os efeitos relacionados à função (3 a 6 meses)

 

Muito importante, se observa que a suplementação do ácido graxo ômega-3 pode melhorar a força e a função muscular, devido à combinação do aumento da massa muscular e, potencialmente, uma melhora na qualidade do músculo. Como resultado, a sua suplementação parece ser uma abordagem terapêutica promissora para o equilíbrio do potencial anabólico e, consequentemente, para a prevenção da sarcopenia em adultos mais velhos.

 

Referência: Smith GI. The Effects of Dietary Omega-3s on Muscle Composition and Quality in Older Adults. Curr Nutr Rep, 2016. DOI 10.1007/s13668-016-0161-y

 


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