O adoçante artificial aspartame foi aprovado em 1983 pela FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos, como aditivo alimentar e, em seguida, em 1986, pela mesma agência reguladora, como edulcorante para uso generalizado.9 Na Europa, essa aprovação aconteceu em 1990. Passaram-se quase 30 anos de sua aprovação e questões relacionadas à sua segurança continuam sendo estudadas de forma exaustiva, tanto clínica quanto laboratorialmente, em animais, na população em geral e em subgrupos específicos como crianças, adultos, adolescentes, obesos, diabéticos e portadores de fenilcetonúria[1][rr1] . De modo geral, as questões de segurança avaliadas estão relacionadas com a possível toxicidade causada pelos seus metabólitos (fenilalanina, ácido aspártico e metanol), que causam alterações neurotóxicas provocadoras de doenças graves.11

 

Um estudo publicado em 2008 pelo European Journal of Clinical Nutrition teve como objetivo investigar os efeitos celulares diretos e indiretos do aspartame sobre o cérebro, já que os pesquisadores propõem que sua ingestão excessiva pode estar envolvida na patogênese de alguns transtornos mentais, na aprendizagem comprometida e no funcionamento emocional. Dores de cabeça, insônia e convulsões são alguns dos distúrbios neurológicos que já foram encontrados relacionados ao aspartame. A perda de memória pode estar ligada a neurotoxicidade do ácido aspártico e da fenilalanina, quando não estão na presença de outros aminoácidos proteicos, deteriorando os neurônios.26 

 

Após a sacarina, o aspartame é o segundo adoçante artificial mais utilizado no mundo. Estima-se que mais de 8 mil toneladas de aspartame são consumidos a cada ano nos Estados Unidos, que 62% do valor comercializado no intenso mercado de adoçantes corresponda a[rr2]  sua venda e que seu consumo atinja mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo.21 Pesquisa conduzida pelo Dr. Soffritti em 2005, apresenta os resultados do experimento de longo prazo sobre a carcinogenicidade do aspartame através de sua administração em variadas doses, na ração de ratos até sua morte espontânea. Os resultados do estudo demonstraram que o aspartame provocou um aumento estatisticamente significativo de leucemias, linfomas e outros tipos de câncer em ratos. Pela primeira vez, o adoçante, administrado em níveis mais baixos que a dose diária aceitável (40 mg/kg de peso corporal na União Europeia e 50 mg/kg de peso corporal nos Estados Unidos), mostrou-se como agente carcinogênico capaz de induzir tumores malignos.21

 

Em seu livro “Doença do aspartame: uma epidemia ignorada”, H. J. Roberts expõe informações dos primeiros 1.200 casos de reações negativas ao adoçante relatados a ele.  Segundo o livro, de 1998[rr3] , produtos com essa substância foram a causa de 80% das queixas ao FDA sobre aditivos alimentares, as quais estavam incluídas dor de cabeça, tontura, mudança de humor, vômitos ou náuseas, dor abdominal e cólicas, alteração da visão, diarreia, convulsões, perda de memória e fadiga.44 Dr. Roberts dedicou mais de duas décadas em análise dessa desordem generalizada causada pelo aspartame e ainda ignorada pela maior parte da comunidade médica, pela FDA e diversas organizações reguladoras da saúde pública.

 


*Doença genética rara, caracterizada pelo defeito ou ausência da enzima responsável pela conversão da fenilalanina em tirosina – aminoácido essencial às proteínas do organismo envolvido na síntese da melanina (pigmento que confere cor à pele).