Vitamina E: Tratamento Efetivo para a Esteatose Hepática Não Alcoólica

Vitamina E: Tratamento Efetivo para a Esteatose Hepática Não Alcoólica (EHNA)

2010.12.21

A esteatose hepática não alcoólica, cuja sigla em inglês é NASH, é uma doença hepática comum, frequentemente não detectada até que se evidencie dano já significativo. Os fatores de risco para a EHNA incluem obesidade, diabete, colesterol e triglicérides elevados. A EHNA é caracterizada pelo acúmulo de gordura excessiva no fígado (“fígado gorduroso”) e por inflamação e dano hepáticos em pessoas que quase não consomem álcool ou o fazem em pequena quantidade. Pode levar à cirrose, situação em que o fígado fica danificado em caráter permanente, apresentando cicatrizes, e perde progressivamente sua função. De acordo com o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases, de 10 a 20 por cento da população norte-americana têm fígado gorduroso, onde há excesso de gordura no fígado, sem que tenham desenvolvido inflamação ou apresentem danos no fígado. Nos primeiros estágios da EHNA, os pacientes se sentem bem. À medida que a doença progride, desenvolvem sintomas como fadiga, perda de peso e fraqueza, associadas com excesso de cicatrizes no fígado e com o desenvolvimento de cirrose. Nos estágios mais avançados da doença, os pacientes sofrem retenção de líquidos, perda de massa muscular, sangramento intestinal e colapso hepático.

Não existe tratamento específico para a EHNA, mas recomenda-se que os portadores da doença reduzam seu peso, caso estejam acima dele ou sejam obesos, sigam uma dieta balanceada, que pode incluir alimentos fortificados, aumentem a atividade física,  e evitem o consumo de álcool e o uso de medicamentos desnecessários. O estresse oxidativo  parece estar aumentado no fígado de pacientes com EHNA, e antioxidantes como a vitamina E estão sendo experimentalmente testados como um tratamento para tal distúrbio.

Em artigo recente na revista New England Journal of Medicine, AJ Sanyal e colegas da Nonalcoholic Steatohepatitis Clinical Research Network descreveram os resultados do estudo clínico (denominado PIVENS – Estudo da Pioglitazona versus Vitamina E versus Placebo para o Tratamento de Pacientes Não-Diabéticos com Esteatose Hepática), que demonstrou a eficácia da vitamina E para o tratamento da EHNA. No Estudo PIVENS, 247 sujeitos adultos com EHNA e sem diabetes foram divididos aleatoriamente para receber um de três tratamentos (placebo, n=83; 800IU/dia RRR-α tocoferol (vitamina E), n=84; ou 30 mg/dia pioglitazona, n=80) por 96 semanas. A pioglitazona é uma medicamento antidiabéticos. Biópsias dos fígados foram obtidas no início e no fim do estudo para avaliar as características histológicas da EHNA.

O tratamento com a vitamina E foi associado com um índice significativamente mais alto de melhoria na EHNA em comparação ao placebo (43% vs. 19%). As características histológicas indicaram que tanto a vitamina E como o tratamento com pioglitazona reduziram o grau de fígado gorduroso e de inflamação. Ambos os tratamentos também reduziram os níveis sanguíneos de enzimas hepáticas,  demonstrando um efeito positivo sobre a saúde do fígado como resultado desses novos tratamentos. No entanto, o tratamento com a pioglitazona resultou em um ganho de peso de 4,7 kg durante o estudo de 96 semanas.

Essas observações são interessantes porque demonstram claramente o efeito positivo do tratamento com vitamina E, semelhante ao que foi observado com a droga contra diabete, mas sem os aumentos concomitantes do peso corporal.

Fonte: Sanyal, AJ, et al. (2010). New England Journal of Medicine, 362, 1675-85.

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