Por Cristina Dissat
Sol em excesso ou proteção  exagerada; pouco leite na  alimentação; alto consumo de refrigerantes;  falta de exercícios físicos; consumo  reduzido de frutas e legumes;  abuso na ingestão de complexos vitamínicos.  Afinal, porque não é  possível chegar a uma dose ideal e equilibrar a saúde? O  resultado de  simples hábitos é uma melhor qualidade de vida e a prevenção de   diversas doenças, entre elas a osteoporose. Informação; atividade física; boa  alimentação, rica em cálcio; e exposição ao sol são alguns dos itens que podem  garantir seus ossos por toda a vida.
Informação é Fundamental
Um  bom ponto de partida para encontrar esse equilíbrio é entender melhor a parte  óssea do nosso corpo.
O  osso, além de promover sustentação ao nosso  organismo, é a fonte de  cálcio, necessária para a execução de diversas funções  como os  batimentos cardíacos e a força muscular. É uma estrutura viva que está   sendo sempre renovada. Essa remodelação acontece diariamente em todo o   esqueleto, durante a vida inteira.
O Dr. Luiz Henrique de  Gregório,  vice-presidente do Departamento de Metabolismo Ósseo da  Sociedade Brasileira de  Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica  que apenas 1% do cálcio do  organismo está circulando livremente. Os  outros 99% estão depositados nos ossos.  Quando o corpo precisa de mais  cálcio, as células vão até o osso e retiram o que  é  necessário. "São milhares de unidades de remodelação óssea. "Enquanto  uma  célula destrói a outra reconstrói", explica o endocrinologista.  Ele compara o  osso a um queijo. As células são ratinhos que comem  pequenos pedaços. Em  seguida, vem outro (ratinho construtor) e tapa  esse mesmo buraco, formando um  queijo novo.
O processo de  destruição e reconstrução acontece  simultaneamente em diferentes partes  do esqueleto. Se em um ponto o osso está  sendo reabsorvido em outro  está sendo reconstruído. Por isso, o esqueleto está  sempre mudando, sendo renovado e se fortalecendo no adulto jovem, mantendo a  massa óssea estável.
A  osteoporose é o desequilíbrio desse processo, onde  a remodelação não  consegue acompanhar a velocidade da absorção, deixando o osso  frágil. A  destruição supera a reconstrução. Se uma quantidade suficiente de   cálcio for armazenada ao longo da vida, essa perda será superada.  Trata-se de  uma epidemia silenciosa, segundo a International Osteoporse  Foundation, e que  acomete principalmente os idosos, ocasião em que o  organismo passa a perder  cálcio. Contudo outros problemas - como uso de  medicamentos ou problemas  genéticos - também podem causar a doença.
Vilão na  Alimentação
Acumular cálcio nos ossos é uma das formas de prevenção da  osteoporose.  Se desde a infância, a criança tiver uma alimentação rica desse   mineral será um passo importante para evitar problemas no futuro. Porém  há algum  tempo, especialistas vêm observando uma mudança perigosa na  alimentação dos  jovens. Para a Dra. Victoria Borba, da Universidade  Federal do Paraná, os  grandes vilões são o refrigerante e os sucos  industrializados, quando substituem  o leite na alimentação do  dia-a-dia. "O leite e seus derivados têm sido  esquecidos pela  população". A especialista lembra, também, que a ingestão ideal  varia  com a faixa etária. Na infância e na vida adulta tardia - ou seja  mulheres  na pós-menopausa ou idosos - deve ser em torno de 1200-1500mg  de cálcio ao dia.  Isso corresponde a 1 copo de leite = 250mg de cálcio,  1 copo de iogurte = 300mg  e 1 fatia de queijo = 300mg.
De  acordo com os valores recomendados pela  Food and Nutrition Board  (Institute of Medicine, National Academy Press, 1997) o  consumo diário  deve ser:
| Idade | Cálcio (mg) | Vitamina D (IU) | 
| 3-8 | 800 | 200 | 
| 9-17 | 1300 | 200 | 
| 18-50 | 1000 | 400 | 
| 51-70 | 1200 | 400 | 
| > 70 | 1200 | 600 | 
A  Dr. Victoria  esclarece que é fundamental corrigir hábitos alimentares,  estimulando a ingestão  de leite e derivados na infância. "Isso aumenta  o pico de massa óssea,  possibilitando um armazenamento para a vida  adulta."
O Dr. Luiz Henrique  de Gregório comenta que pesquisas  feitas nos Estados Unidos mostram que só 35%  dos adolescentes consomem o  mínimo diário necessário. "Não é uma questão do país  ser pobre ou rico  e sim uma orientação errada no que diz respeito à  alimentação."
O  problema relacionado ao leite é mais preocupante do que  se imagina.  Segundo o Dr. João Lindolfo Borges, membro do Depto. de Metabolismo   Ósseo e Mineral da SBEM, estão sendo detectadas inversões de valores,  onde os  filhos acabam influenciando os pais no aumento do consumo de  refrigerantes em  relação ao leite.
A SBEM desenvolveu em 2004, junto ao Ministério da  Agricultura, uma Campanha para o incentivo ao consumo do leite. A Campanha do  Osso Saudável deu ótimos resultados. 
Sol na  Medida Certa
Não é à toa que as mães passeiam com seus bebês pela manhã  para tomar sol. Ele é uma das principais fontes de vitamina D do organismo e um  dos itens importantes para a prevenção da osteoporose.
Um  tema que vem  chamando atenção de especialistas no mundo inteiro é o  excesso de proteção, com  a utilização dos bloqueadores solares. Contudo  isso não é um fator preocupante  no Brasil. Com temperaturas amenas e  clima tropical em quase todo o país, só o  caminhar na rua já expõe a  pele aos raios solares que serão sintetizados em  vitamina D. O problema  da osteoporose, relacionado à falta da exposição ao sol,  tem sido  detectado em países de clima frio ou em idosos  confinados.
Existe  uma variação no período necessário a exposição do sol.  Segundo o Dr.  Luiz Henrique de Gregório, entre 15 a 20 minutos por dia são   suficientes. O especialista comentou que no Brasil, essa exposição é  facilmente  obtida sem grandes mudanças nos nossos hábitos diários. Ele  esclarece, também,  que o organismo não acumula os efeitos dos raios  solares, ou seja, eles são  necessários regularmente.
A Importância da Atividade Física
Os   trabalhos mostram que a força do músculo sobre o osso causa  microtraumas. É como  se ao fazer uma atividade de impacto ocorressem  microfraturas no esqueleto. O  exercício faz pressão sobre uma célula  chamada osteócito, que vai ativar as  atividades de remodelação. O  exercício de impacto estimula esse processo. Se o  indivíduo não faz  atividade na infância ou adolescência também não formará um  bom pico de  massa óssea, porque não estimula essa atividade no  organismo.
Na  fase adulta, as atividades físicas regulares funcionam como  prevenção  de perda. Quem é sedentário perde mais massa óssea. "Você não ativa a   remodelação", comentou o Dr. Luiz Henrique.
Assim como o sol, os  efeitos  da prática da atividade física também não são cumulativos.  Pesquisas comprovam  que mesmo os atletas ao pararem totalmente não  serão beneficiados, em relação à  prevenção da osteoporose. O risco de  fratura vai aumentando.
Existem  diferenças, inclusive, entre os  atletas. Os ginastas têm massa óssea melhor dos  que os corredores,  enquanto os nadadores menores, pois a água elimina o impacto  que  provoca os microtraumas. "A natação não é o exercício mais indicado para  a  osteoporose, porém melhora a força muscular, a coordenação motora e o   equilíbrio, diminuindo as quedas", explica o Dr. Luiz Henrique.
Manter-se   ativo é a melhor opção, sempre adequando a idade ao exercício. Para  jovens,  esportes como vôlei, futebol, handebol, etc são os mais  indicados e praticados  principalmente na escola. A musculação dá  excelentes resultados e está indicada,  inclusive, para as pessoas mais  idosas. "O problema é a sobrecarga no esqueleto,  que merece atenção. É  preciso cuidado com a articulação, sendo necessária uma  supervisão e  adaptação a cada pessoa" enfatiza o especialista.
Vitamina  D
É  muito importante manter os níveis adequados de vitamina D no sangue,   pois quando se encontram baixos passam a representar um risco para  fraturas,  independente da osteoporose, pois afeta diretamente a  mineralização óssea, a  força muscular e o equilíbrio.
Segundo o  Dr. Luiz Henrique, trabalhos  recentes mostram que o nível ideal de  vitamina D no sangue para prevenir  fraturas no adulto varia de 50 a 80  nmol/l e que a ingesta necessária para  atingir estes níveis sanguíneos  seria então de 20 a 25 mcg ou 800 a 1000 UI por  dia.
Trabalhos  mostram que um percentual grande da população apresenta  índices  deficientes de vitamina D. No Brasil, em estudo realizado na população   de Recife (PE) pelo Prof. Francisco Bandeira, presidente do Departamento  de  Metabolismo Ósseo e Mineral da SBEM, com 627 mulheres mostrou que  32%  apresentava baixa ingesta de cálcio e 24% apresentava níveis de  vitamina D  abaixo de 20ng/ml, nível considerado abaixo do normal.
Quando Começa a  Prevenção?
Segundo especialistas, a prevenção da osteoporose deveria   começar com o pediatra, pois é importante formar uma boa reserva de  osso, para  que ao chegar na fase de perda isso não se transforme em  risco. Os adolescentes  e crianças que não têm uma boa alimentação,  acabam acumulando pouca massa óssea,  iniciando a perda em um patamar  mais baixo, o que será muito  prejudicial.
O homem tem um gráfico  onde a queda é progressiva e regular.  Nas mulheres isso ocorre de  forma diferente, porque ao entrar na menopausa  acontece uma redução  significativa por um período de 5 a 10 anos (3 a 5% ao ano,  e algumas  até 7%). Depois essa curva de perda óssea prossegue em uma velocidade   menor. A estimativa é de que 1 em 4 mulheres, a partir dos 50 anos, terá  uma  fratura por conseqüência da osteoporose. O fator genético também  poderá  influenciar na resposta do organismo. A mulher em que a mãe teve  uma fratura de  fêmur por osteoporose, tem 12 vezes mais chance de  desenvolver a doença do que a  que não tem histórico familiar.
A  osteoporose é conhecida, atualmente  pelos especialistas, como uma  epidemia silenciosa que pode ser combatida. O Dr.  Rubem Lederman, que  presidiu o último IOF World Congress on Osteoporosis,  realizado em 2004  no Rio de Janeiro, afirmou que a osteoporose é uma doença que  envolve  mais a infância e menos a velhice, apesar de se manifestar em idades   avançadas. Por isso, é preciso se preocupar com sua prevenção desde a   gestação.
Mudar hábitos e adotar um estilo de vida saudável é um  investimento para o futuro. Afinal muitas pessoas não fazem  aplicações  financeiras, visando a aposentadoria, porque não para a  saúde  também?
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