A resposta do sistema imunológico à vacina contra gripe pode depender também de fatores genéticos que são influenciados pela ascendência étnica de uma pessoa. Isto foi indicado por um estudo americano publicado na “Scientific Reports”. Os pesquisadores acreditam que isso será importante nos esforços para desenvolver vacinas universais contra gripe.

Cientistas no Dana-Farber Cancer Institute em Boston (Massachusetts, EUA) concentraram sua pesquisa nas variações do gene IGHV1-69, um dos cerca de 50 genes que podem ativar a produção de anticorpos para combater infecções. O IGHV1-69 é particularmente interessante porque ele forma anticorpos que se ligam a uma região do vírus influenza que dificilmente se altera - o tronco da proteína hemaglutinina, podendo assim ser adequado para o desenvolvimento de uma vacina da gripe universal.

Entretanto, esse gene em particular é altamente polimórfico e existe em 14 formas diferentes de eficácia variada. Os cientistas analisaram amostras de sangue de voluntários que receberam vacina contra o vírus H5N1 em 2007, e descobriram que a resposta imune individual variava significativamente de acordo com a versão do gene IGHV1-69 que a pessoa carregava e com a quantidade de cópias do gene presentes.

Além disso, ao comparar seus dados com os de um grande projeto genoma, os cientistas descobriram que a frequência de diferentes variantes do gene variava significativamente entre três grandes grupos étnicos - africanos, asiáticos e europeus.

Os pesquisadores sugerem que os cientistas devam reunir um catalogo abrangente de todas as variantes dos 50 genes de anticorpos, incorporando informações sobre a distribuição desses genes por todo o mundo. Eles acreditam que isso seria particularmente importante para o desenvolvimento de uma vacina universal contra gripe e no sentido de prever a eficácia da vacina.