Os probióticos são microorganismos vivos que podem ser incluídos na preparação de uma variedade de produtos, como alimentos, medicamentos e suplementos alimentares.

 

As espécies de Lactobacillus (Fig. 1) e Bifidobactérias são as mais comumente utilizadas atualmente como probióticos. Saccharomyces e algumas espécies de E. coli e Bacillus também são utilizadas como probióticos. As bactérias ácido-lácticas, entre as quais se encontra a espécie Lactobacillus, que fora utilizada para a conservação de alimentos por fermentação durante milhares de anos, também podem proporcionar benefícios à saúde (WGO, 2011).

Cerca de 30% dos indivíduos que tomam antibióticos sofrem de diarreia, efeito colateral que gera umas das principais razões por que alguns pacientes não conseguem seguir um ciclo completo de tratamento antibacteriano. Crescente interesse na possibilidade de probióticos ajudar ou evitar este tipo de diarreia resultou em uma proliferação de estudos científicos (RAND Corp., 2012)

Em 9 de maio de 2012, uma revisão sistemática e meta-análise relatou no Journal of American Medical Association o efeito protetor de probióticos administrados oralmente contra a diarreia, que muitas vezes se desenvolve como uma resposta ao uso excessivo ou não de antibióticos. Enquanto os antibióticos eliminem as bactérias nocivas, os probióticos consistem de microorganismos vivos benéficos cuja presença no trato digestivo pode ajudar a prevenir o crescimento excessivo de organismos não-saudáveis (RAND Corp., 2012).

Pesquisadores da Corporação RAND (organização não-governamental que possui um grupo de pesquisas focado em questões como saúde, meio ambiente, educação entre outros) em Santa Monica, Califórnia, revisaram 82 estudos clínicos randomizados de pacientes que receberam antibióticos e compararam os efeitos de probióticos aos que não receberam nenhum tratamento, placebo ou diferentes doses de probiótico. A análise combinada de 63 ensaios, que incluiu quase 12 mil participantes, concluiu que o uso de probióticos foi associada com um risco 42% menor de diarreia, em comparação com quem não consumiu probióticos. Como consequência da utilização de diversos tipos de probióticos utilizados nos estudos, foi difícil identificar quais cepas eram responsáveis pelos benefícios observados. No entanto, análises específicas de Lactobacillus, Saccharomyces e Streptococcus foram associados com a redução de risco de 36%, 52% e 49%, respectivamente (Hempel, 2012).

Baseado nas evidências, os pesquisadores afirmam ter encontrado um claro efeito benéfico dos probióticos na prevenção ou tratamento da diarreia associada aos antibióticos. No entanto, ressaltam que mais estudos são necessários para determinar quais tipos de probióticos funcionam melhor, quais pacientes são mais susceptíveis de se beneficiar com a suplementação de probióticos e quais pacientes correm riscos em usá-los (Hempel, 2012).

Fontes:

Guias Mundiais da WGO. Probióticos e prebiótico. World Gastroenterology Organization, 2011.

Hempel S, Newberry SJ, Maher AR, et al. Probiotics for the prevention and treatment of antibiotic-associated diarrheaa systematic review and meta-analysis probiotics for antibiotic-associated diarrhea. JAMA. 2012;307(18):1959-1969. 

Rand Corporation. 2012. http://www.rand.org/