A Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) é uma desordem neurológica degenerativa caracterizada por falência autônoma progressiva – parte do sistema nervoso que controla a ação involuntária, como pressão sanguínea ou digestão –, além de várias combinações de parkinsonismo, ataxia cerebelar e disfunção piramidal. Os sintomas refletem na perda da função e morte de diferentes tipos de células nervosas no cérebro e na medula espinhal.

 

Os sintomas iniciais da desordem são frequentemente difíceis de distinguir dos sintomas iniciais da doença de Parkinson, e incluem: lentidão de movimento, tremor ou rigidez, falta de coordenação, fala prejudicada, desmaio ou tonturas e problemas de controle da bexiga, como um desejo repentino de urinar ou dificuldade para esvaziar a bexiga.

 

Um estudo publicado em JAMA Neurology concluiu que pacientes com AMS têm reduzidos níveis plasmáticos de coenzima Q10 (CoQ10), independentemente de terem uma mutação no gene COQ2. Um total de 83 pacientes foram incluídos neste estudo – 44 pacientes com AMS e 39 pacientes controle. Foi feita avaliação do gene COQ2 e medidos os níveis sanguíneos de CoQ10 em cada paciente. O COQ2 codifica uma enzima necessária para a biossíntese de CoQ10.

 

Após ajuste para idade e sexo, os níveis plasmáticos de CoQ10 foram quase 30% mais baixos em pacientes com AMS do que aqueles do grupo controle. “Nossos dados mostraram níveis reduzidos de CoQ10 plasmático em pacientes com AMS independentemente do genótipo COQ2, apoiando uma hipótese de que a suplementação com CoQ10 é benéfica para pacientes com AMS”, concluem os autores do estudo.

 

Referência: Mitsui J, et al. Plasma Coenzyme Q10 Levels in Patients With Multiple System Atrophy. JAMA Neurol. 2016